segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Arena: Marco do modernismo do futebol brasileiro


Neste sábado, o Grêmio mostrou para o resto do país o novo conceito de espetáculo futebolístico que o país protagonizará com os novos estádios da geração Copa do Mundo de 2014.

A nova casa gremista não será vista mundialmente na maior competição futebolística do mundo, porém teve o prazer de ser a pioneira na inauguração do conceito Arena no Brasil, onde o jogo de futebol é apenas um detalhe, comparado ao emaranhado de opções de consumo e entretenimento, que tornam o estádio lucrativo tanto em dias de jogos, no chamado matchday, quanto em dias sem futebol, onde serão os demais atrativos do empreendimento que atrairão os consumidores. 

O modelo de negócio, que é case de sucesso importado da Europa, chega para mudar a relação entre clubes e torcedores no Brasil, onde ainda resplandece o romantismo do torcedor para com o seu clube, por onde o apaixonado tem um beneficio muito inferior ao valor do ingresso pago, o que diminui uma capacidade potencial de maior público e de arrecadação. Com mais opções de lazer e de conforto, há a capacidade de fidelizar o público já existente além de atrair um nicho diferente de espectadores, dispostos a consumir e de atrair dividendos ao clube. 

Tenho alguns amigos gremistas, que não tinham o costume de ir ao estádio e que agora com o advento da Arena pretendem conhecer a nova casa e levar a família como forma de lazer, o que corrobora com a minha tese. Porém caberá a Sociedade de Propósito Específico (SPE) manter formas de fidelizar o consumidor para congelar e até poder aumentar seus índices de média de espectadores desejado, já que neste início será natural um grande público em virtude da curiosidade, que atrairá torcedores de todas as partes do Brasil.

Voltando ao espetáculo de ontem, a inauguração foi precipitada, pois o estádio ainda não estava totalmente pronto e apresentou problemas, que não aconteceriam ou seriam melhor contornados se o acabamento estivesse 100%. A destacar, os banheiros, bares e principalmente o gramado, que não tinha condições de jogo. Coube ao twitter oficial do adversário (Hamburger SV) apresentar imagens de “bastidores” que prejudicaram a reputação do estádio internacionalmente.  

Outro grande problema foi a Geral, que apresentou confusão de torcedores que obrigaram o BOE da Brigada Militar entrar em ação. O mais prudente é colocar 100% de cadeiras neste estádio bem como em todos construídos ou reformados para a Copa de 2014. São nestes setores formatados para os populares que acontecem o maior numero de confusões durante os jogos, o que inviabiliza um tratamento diferenciado dos clubes para com os torcedores que querem ficar em pé, e que hoje se mostra prejudicial para este modelo de negócio, pois pode afastar as famílias que estão pretendendo voltar ao convívio do futebol. 

O futebol brasileiro passará por graduais mudanças até 2015, quando deveremos ter o Brasileirão mais europeu da história, com cerca de doze a treze casas novas que serão utilizadas efetivamente nas primeiras divisões.  Caberá ao torcedor acompanhar a mudança estrutural e de gestão dos clubes com um melhor comportamento, sem violência e sem dilapidar o patrimônio do clube, para que assim o futebol brasileiro possa crescer de fora para dentro. 

O futebol brasileiro entra em uma fase de modernismo, que terá como marco a inauguração da Arena. 

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