domingo, 25 de maio de 2014

Inter perde em casa e expõe fragilidades

Neste domingo, o Inter enfrentou o Cruzeiro na 7ª Rodada do Brasileiro. Duelo que servia para medir forças e mostrar a pretensão do time no Campeonato, porém a derrota de virada por 3x1 expuseram deficiências no elenco, que não é capaz de suprir os desfalques.

Sem vários jogadores lesionados ou em serviço de suas seleções, Abel Braga escalou o que tinha de melhor, com Otávio e Valdívia como companheiros de D’Alessandro no meio e a manutenção de Wellington na volância ao lado de Williams. Na frente, Wellington Paulista no lugar de Rafael Moura, que se lesionou em treinamento. Porém, era o melhor time que Abel poderia escalar, o que não quer dizer que a equipe pudesse medir forças com o Cruzeiro, melhor time do Brasil, e que possui um elenco capaz de suprir os desfalques, além de acrescentar na partida.

No primeiro tempo, Inter tomou a iniciativa do jogo, porém aos poucos este ficou equilibrado, com um pequeno número de conclusões. O Inter arriscou mais, e teve uma bola na junção da trave com D’Alessandro em chute de média distância, porém viria a marcar em uma grande jogada coletiva, envolvendo o craque argentino, Otávio e o lateral Diogo, que cruzou para Wellington aparecer como surpresa e mandar para as redes. 

Fotos: AI Inter
O Cruzeiro esperou o Inter ao longo de boa parte da primeira etapa, apostando nos contra-ataques. Porém viria a empatar o jogo no final da primeira etapa, com uma de suas especialidades: a bola parada. Em uma cobrança de escanteio, a zaga do Inter e Dida se atrapalharam, sobrando para o ex-colorado Ricardo Goulart igualar o marcador. Gol bizarro, mas que não trazia injustiça ao placar, tamanha era a igualdade entre os times no jogo.

No segundo tempo, Marcelo Oliveira soltou mais o time Mineiro, que passou a atacar mais e, ao mesmo tempo, oferecer espaços no seu sistema defensivo. O jogo ficou mais aberto e os times passaram a criar chances, principalmente o Inter, que teve a possibilidade de vencer a partida, porém pecou nas conclusões. O Cruzeiro precisou apenas de uma grande chance para virar, quando William, que entrou no lugar de Dagoberto no intervalo, recebeu em velocidade e desviou de Dida. No final da partida, quando o Inter era todo ataque, Marcelo Moreno ainda marcaria o terceiro gol da Raposa, também originado em jogada de velocidade, matando o jogo e definindo a primeira derrota do Inter no campeonato.

O Inter poderá culpar os desfalques pela derrota, porém todos os times no Brasileirão estão apresentando problemas com seus elencos, e alguns mostram soluções e estão levando vantagem. O próprio Cruzeiro não tinha nenhuma opção defensiva no banco, sendo que Tinga era o jogador com características mais defensivas que Marcelo de Oliveira tinha para colocar em campo. Mayke, Samúdio, Dedé, Nilton (que está se transferindo) não puderam compor o banco.

A derrota mostra que o Inter não possui um elenco para ir longe no Campeonato, onde há uma grande necessidade de reposição em virtude do acúmulo de jogos que causam desfalques. O Colorado mostrou ter apenas um time titular em condições de disputar o campeonato, muito em função de ter poupado jogadores ao longo de praticamente todo o semestre. Como jogavam menos, estavam disponíveis na maioria dos confrontos decisivos, dando a impressão que o time poderia disputar os primeiros lugares no Brasileirão.

Porém bastou perder alguns jogadores importantes, que o time Colorado visivelmente decresceu poder de fogo. A zaga não é mais a mesma desde a lesão de Paulão, enquanto que o meio perdeu muita mobilidade sem Aránguiz, e criatividade sem Alex e Alan Patrick. Como opções, restam jogadores contestados e que dificilmente acrescentam ao time, já que não há uma política de valorizar a categoria de base. 

Abel tem responsabilidades por escalar o time, porém não tinha grandes opções, em virtude da política de contratações do time. Com exceção de Aránguiz, o clube apostou em dispensáveis de outros clubes, e que dificilmente acrescentariam ao time. Alguns conseguiram ser recuperados pelo treinador, como Rafael Moura, porém a maioria costuma resultar exatamente no que se espera: nada. 

Os últimos jogos mostraram que Dida, de bom início, sucumbiu com o aumento de exigência. O goleiro falhou no lance do pênalti do Coritiba, e hoje teve participação no primeiro e no terceiro gols do Cruzeiro, quando ficou indeciso e demorou a sair do gol, permitindo que Ricardo Goulart empatasse a partida, e ao rebater para a frente no chute de Marcelo Moreno, permitindo que o atacante pudesse concluir novamente e marcar o terceiro gol, que selaria a vitória do time mineiro.

Uma derrota para o Cruzeiro em qualquer condição já seria ruim, ainda mais com a sequencia de empates fora de casa. Nos últimos três jogos, o Inter marcou apenas dois pontos, saindo da Liderança para o oitavo lugar. Se tivesse vencido os batíveis Criciúma e Coritiba, um empate contra o time mineiro não seria ruim. 

O Campeonato Brasileiro mostra muito equilíbrio, e com alguns reforços é possível que o Inter consiga disputar uma vaga na Libertadores, porém titulo é uma heresia. Fluminense e Cruzeiro possuem elencos muito mais fortes, além de serem desdemidos quando jogam fora de casa. Não há uma postura de se contentar com o empate. Se podem vencer, buscam a vitória. Não é atoa que conquistaram 3 dos últimos 4 Brasileirões. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário